* Asra se retirou do coliseu em silêncio e partiu em direção à Jamiel. Ele se deslocou rapidamente, saltando habilmente por entre as pedras que preenchiam o local. Aldo permanecia inconsciente em seus braços, alheio a tudo o que se passava. Foi quando o lemuriano parou seus movimentos e pousou Aldo o mais confortavelmente possível sobre um montículo de terra e pedras: *
– Eu sabia que seria escoltado para fora do Santuário, mas julguei que esta tarefa coubesse aos cavaleiros de prata. Então, quem seria o Senhor?
*Asra estava de costas e por isso não viu o Santo Dourado de Virgem, que o escoltava. Fá não se moveu e nem proferiu palavra, esperando que o Lemuriano se voltasse. Lembrava-se que, quando fora levar a informação de seu vislumbre pelo Dharma do inimigo ao Grande Mestre, o assistente dele, Procellus de Tarântula o dera uma advertência sobre os lemurianos.*
”- Sabe... Graças a um certo alguém, um certo lemuriano de cabelos negros, a situação política de Jamiel se encontra centralizada em uma família: A família Ageu. O problema é que seu patriarca, agora o patriarca do clã dos alquimistas tem ligações fora de Jamiel e interesse em centralizar ainda mais o poder. Uma aranha me contou que isto é perigoso. O que você acha?
* Fá sabia que era de Dharta que Procellus falava e sabia que as intenções de Asra não eram as melhores, embora não pudesse precisar quais eram elas ainda. Ele tinha um Dharma praticamente inalterado, seu semblante cósmico não mudava, sendo muito difícil até mesmo para o Olho que tudo Vê enxergar suas reais intenções. Ainda assim, aguardou que o homem se voltasse para ele, o que Asra fez logo em seguida.
*Asra então se voltou e ao ver o cavaleiro de Virgem, curvou a cabeça respeitosamente, dizendo com uma voz profunda.
– Excelência... Que honra tê-lo aqui. Mas confesso que estou surpreso. Realmente, notei que seu cosmo não era o de um cavaleiro de prata, mas muito me surpreendo que sua Santidade tenha se prestado a esta tarefa.
* O controle dele era impressionante. Ele não mudava seu Dharma em momento nenhum. Fá nunca tinha visto tal controle, excetuando algumas vezes no Grande Mestre. Fá se manteve impassível, mas então, finalmente respondeu ao Lemuriano.
– Eu entendo que o Senhor tenha vindo observar seu discípulo no combate, porém não pude deixar de notar seu olhar para a Amazona de Áries. Não sei o que Vossa Senhoria tenciona, mas Luna é uma Sagrada Amazona de Atena e dentro do Santuário, apenas Atena tem poder sobre ela.
*Pacientemente, o Lemuriano ouviu o cavaleiro argumentar. Então, apenas respondeu, recolhendo Aldo e se preparando para partir para a fronteira do santuário.
– Eu compreendo, Excelência. Mas, fora do Santuário, Luna é uma lemuriana. E acredito que o senhor saiba o que isto significa. Com sua licença, Santidade...
*Fá deixou que Asra se fosse. Ele entendia o que o lemuriano tinha dito. Luna era do clã dos alquimistas e portanto, fora do Santuário pertencia a Jamiel. E também era a responsável pelo reparo das armaduras. Com ela subordinada a Jamiel, Asra teria o controle do reparo das sagradas armaduras, o que era perigosíssimo em uma situação de guerra como a que enfrentavam. Ele iria verificar com Luna esta situação toda. Mas isto podia esperar. Agora ele deveria curar Luna e Anya para a batalha que estava por vir. Depois, resolveriam o caso em Jamiel. Talvez, apenas talvez, isto devesse ir ao conhecimento do Grande Mestre.*
Ter Dez 01, 2015 4:38 pm
